segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Conheça a irreverente arte de Shiko




Shiko é paraibano assim como esse que vós escreve, o seu trabalho é de encher os olhos, seu estilo "marginal" contrasta com a sofisticação e sutileza de suas aquarelas,
abaixo vocês conhecerão um pouco mais a figura e a obra desse grande artista.


Paulo Victor

Você não pode escapar do SHIKO

"As vacas ainda não passaram por aqui hj. Elas passam todo dia a essa hora." Era fim de tarde no apartamento no bairro do Bessa de Francisco Leite, 30, mais conhecido como Shiko. "Quer um café? Isso aqui tá uma bagunça, ando meio sem tempo e o cara que ficou de fazer a limpeza não apareceu!". Shiko, como o próprio apelido remete é um cara assim, simples, direto, preguiçoso, segundo ele mesmo, gosta muito de se divertir e tem um talento que impressiona pela despretensão e que parece evoluir a cada dia.


HE-MAN

Ele não lembra de uma fase na vida dele em que não gostasse de desenhar, mas a primeira vez em que achou que um desenho tinha ficado realmente bom foi um he-man, ainda na infância. "Se achando" levou pro colégio pra mostrar aos amigos. Ainda em Patos ele começou a desenhar com um grupo de amigos. "Eram uns cinco ou seis dos quais eu era o pior. Hoje eles viraram burocratas, farmacêuticos,... só o Alano virou tatuador. Mas ele é doido mesmo, de remédio", diz isso e advinha? Ri.


Patos

Ele é natural da cidade Patos, localizada no sertão do Estado da Paraíba, conhecida pelo clima muito quente. Quinto filho de uma total de seis, ele conta que saiu de Patos quando o grupo de teatro do qual fazia parte ganhou um festival e entre os prêmios estavam passagens para João Pessoa. Na época, ele trabalhava para uma serigrafia, fazendo ilustração e artes. "Sempre fui o doido da família. Descobri que a minha não era estudar desde muito cedo. Pra você ter uma idéia, eu terminei o segundo grau junto com meu irmão caçula", ele ri. "Antes disso eu havia saído de casa pra tentar algo em Brasília. Fiquei na casa dos meus tios que moram lá. Mas, aquela coisa, meu tio é funcionário público e eu voltava da escola com os cabeludos, tatuados e gostava muito de sair pra farra. Ele me dizia: não pode ser assim, meu filho!", ele ri mais uma vez."Nessa época eu cheguei a fazer um trampo prum cara ilustrando dois livros, que até onde eu sei, nunca foram publicados. Não é preciso dizer que por essas e outras voltei pra Patos até a saída definitiva para João Pessoa".Em João Pessoa ele ficou uns dias na casa de uma irmã. Não demorou muito tempo por lá, logo conheceu Larissa, uma namorada com quem foi morar na casa que logo depois seria batizada de Rock House. Lá ele aprendeu o sentido de coletividade. A Rock House virou ponto de encontro de desencanados. "Na Rock House eu conheci Bill", um futuro parceiro de criação. "Larissa foi ao Festival de Areia e conheceu uma galera. Um desses caras era Bill, que três meses depois estava morando lá na casa". Iniciou-se aí uma parceria de alguém que gostava de escrever com alguém que gostava de desenhar."Não que o meu texto seja execrável, mas Bill faz o que quer com a palavra, põe pra cá, tira dali e consegue associar um monte de idéias. Ele tem o dom e nosso universo se afina muito". Essa parceria viria a vingar e daria um bom fruto do qual falaremos mais tarde.

SHIKO

De onde vem o nome Shiko com "S" e "k"? "Sempre gostei de ler Quadrinhos, meu preferido era o CONAN, ele era ladrão, biriteiro, andava com as putas e matava mesmo, torava no meio", gargalha. "Um dia estava lendo um mangá clássico de samurai e, durante um combate, um deles saca a espada e com um golpe violento corta o pescoço do seu adversário e fala: ninguém escapa do meu shiko. Lá em baixo tinha uma nota do autor explicando que shiko é o termo que define o alcance da lâmina do samurai. Eu pensei, é isso! Depois descobri que alguns artistas japoneses também utilizam esse nome, mas nenhum deles se chama Francisco", desnecessário dizer que ele riu.



Artes Plásticas

Foi no Colégio Estadual Liceu Paraibano que ele teve o primeiro contato com pincéis e telas. "Um professor de artes reservou uma sala para ensinar os alunos que se interessassem. Como o material era cedido gratuitamente pela Secretaria de Educação a gente recebia tinta lavável pra pintar. Aquela de pintar parede", ele ri. "Acho que essa é uma das grandes diferenças do meu trabalho com telas, eu estou muito mais para artistas de rua, marginal, que para aquela linguagem de escola de pintura. Outro ponto importante é que ao contrário da maioria dos artistas plásticos não tenho essa pretensão de criar linguagem nenhuma, criar conceitos, não! Me interessa muito mais como uma tinta funciona em determinado tipo de material, seja ele papel, tecido ou parede. Gosto daqueles artistas que pintam putas telas em muros de terrenos baldios que não podem ser vendidos. A pintura vai ter efeito nas pessoas que passarem ali e enquanto ela resistir ao tempo. Ela tem um fim, cumpriu sua função. Até porque esses espaços públicos de rua só são permitidos para publicidade e pra política. Gosto da idéia de chegar lá e se instalar, e isso é crime!", ele ri mais uma vez.



Técnica

A primeira vez que vi algo desenhado por Shiko foi na Rock House em algum momento em 2002 ou 2003 numa das famosas festas no local, que o vizinho do lado odiava porque virava noites. Larissa, então namorada de Shiko, estava com um número do Marginal Zine. Fiquei impressionado com o estilo de Shiko e perguntei de onde era o zine. "De Shiko, meu namorado, ele é de Patos". Fiquei tão impressionado que quis comprar na hora. Ela me disse que não podia só tinha aquele exemplar. "Ele faz poucos". Quis saber se ela tinha os outros números. "Acho que não, ele faz poucos". Disse a ela que precisavam fazer mais, o material era muito bom. Tempos depois voltamos a nos encontrar, por sugestão de amigos ele desenhou o story board de um clipe de uma banda que tocava. O clipe daquela música não saiu, mas o story board tinha o traço dele despretensioso mas com uma aura impressionante de um universo que tem como característica suas principais referências visuais, musicais e literárias. "O desenho não evolui sozinho! Enquanto a técnica só melhora com a prática, o referencial para o traço melhora à medida que melhora o que você lê, a música que você ouve, os filmes que você vê". Sábias palavras.




Prêmios

Nunca soube bem como andava a carreira dele, acho até que ele nem pensa muito nela, com diretrizes e objetivos a realizar, mas soube um dia que foi homenageado com um prêmio "hours Concours", numa mostra de artes no FENART, um dos maiores festivais do Estado. "Achei muito engraçada essa história. Sempre me inscrevi para o Salão Municipal de Artes e nunca havia sido selecionado. De repente, eu me inscrevo para a mostrado FENART e ganho logo o prêmio maior, aquele dado ao cara que está acima do nível dos outros participantes. Não entendi nada e pra finalizar acabaram roubando meu trabalho da mostra. Acho que me deram o prêmio como pagamento", gargalha. "Não fui atrás, é um festival muito popular organizado por pessoas que conheço, onde circunda muita gente. E por outro lado que bom que tem alguém que quis correr esse risco para ter um quadro meu", desta vez ele não ri. "Ah, ganhei também dois prêmios numa mostra internacional".




Blue Note

O projeto do Blue Note, o livro que ele lançou com mais de cem páginas todo em linguagem de quadrinhos, nasceu ainda na Rock House. "Eu dei uma idéia a Bill pra ele escrever um texto. Bill é daqueles caras que tem a manha das citações, é uma cara que escreve todo dia. Um dia ele me entregou uns textos. Comecei a desenhar aquilo e um tempo depois a gente foi assisitir a "Quero ser John Malkovic". Putz, tinha muita coisa que de uma maneira ou de outra estava relacionada aquele roteiro. Rasgamos tudo e resolvemos começar do zero. "Nessa fase Bill acabou seu namoro com Cris e resolveu voltar para Rio Tinto, sua cidade natal. Ficou um tempo lá, isolado, e um dia ele me entregou 20 páginas de textos totalmente desconexos, que ele escreveu nesse período em que passou recluso em Rio Tinto. Dei uma arrumada naquilo e comecei a desenhar. Retornei pra ele ver como tinha ficado e ele alterou tudo de novo... O resultado é que agora temos uma história totalmente invertida, onde muitas vezes pode-se achar que as coisas não fazem sentido", ri."A história do Blue Note, como tudo o que desenho e pinto, tem muito da minha hstória pessoal, muito das minhas referências de filmes, música e livros que leio. O Narrador da história é uma espécie de alter ego de Bill. A imagem dele mesmo está no personagem do barman. A história está cheia de personagens que vivem histórias pessoais que se interligam no bar que frenqüentam. Uma das coisas engraçadas nesse projeto é que quando falei com Bill sobre colocar o projeto do livro pra ser impresso com apoio de uma lei estadual de incentivo a cultura, ele resistiu. Disse que não concordava com apoio de verba pública pra tocar um projeto pessoal. Depois expliquei pra ele que dentro do projeto não visávamos especificamente grana e sim ver esse projeto finalizado com uma boa qualidade. Ele acabou engolindo", acende um cigarro.




RG

Uma das maiores lendas sobre Shiko é que ele não tinha nem RG há bem pouco tempo. "Quando vim morar aqui eu já estava sem RG porque tinha perdido em Patos e não tinha tirado novamente. Em João Pessoa, resolvi tirar e perdi de novo. Esqueci, deixei pra lá, passei muito tempo sem RG , sem CPF e o serviço militar nunca viu minha cara".





"E aquele café, vai querer?".





Fonte: http://www.overmundo.com.br




sábado, 13 de fevereiro de 2010

The Smiths


Morrissey e Marr! Uma das duplas mais famosas do pop britânico e quem sabe do mundial. Juntos montaram uma das mais importantes bandas dos anos 80. Anos depois quando o sucesso estava cada vez maior, separaram-se, deixando uma legião de órfãos por todos os lados.Sinteticamente esta é a história dos Smiths. Simples como o nome da banda.

Os Smiths influenciaram uma geração de novas bandas inglesas. A guitarra de Johnny Marr é imitada nos locais mais distantes do mundo. As letras de Morrissey são consideradas das mais inspiradas do universo alternativo até hoje. Se é assim, por que a banda acabou? Simples: Marr queria o sucesso; Morrissey queria continuar independente. Quem é o errado? Não dá pra saber, sabemos apenas que o mundo da música perdeu uma de suas maiores parcerias e provavelmente nunca será vista junta novamente. Quando questionado sobre uma possível volta do grupo, Morrissey respondeu: “_-Nem em um milhão de anos!”.

Desde o início havia, entre Morrissey e Marr, alguns conflitos que acabariam por detonar o futuro da banda. Morrissey sempre foi mais introspectivo, avesso ao sucesso mas que ao mesmo tempo adorava ser pop. Já Johnny Marr encarnava o rebelde, o roqueiro, aquele que não estava sossegado com o que a banda já havia conseguido. Queria sempre mais.

Por outro lado, um tanto apagados, estavam Andy Rourke e Mike Joyce, que mesmo fazendo parte da banda desde o inicio, nunca tiveram os devidos créditos, já que todas as músicas eram assinadas apenas por Morrissey e Marr. Se formos ver a banda durou até que muito tempo, pra alegria dos fãs. Manchester – 1982-1985 Na chuvosa cidade, Steven Patrick Morrissey era apenas um poeta e presidente do fã clube local dos New York Dolls quando conheceu Johnny Marr, que já havia tocado em algumas bandas da cidade.

O encontro entre os dois, que já se conheciam de nome, foi arranjado por Steve Pomfret, que levou Marr até a casa de Morrissey. Pomfret tinha certeza que os dois se entenderiam, o que aconteceu de forma espantosa. Pomfret tinha planos de se unir à dupla, mas logo notou que não tinha talento suficiente para isso e desistiu. Os dois tiveram a idéia de compor músicas para oferecer a outros artistas, mas logo desistiram disso e resolveram que o caminho a ser seguido seria o de montar uma nova banda. O passo seguinte era: dar um nome para o grupo.

Morrissey escreveu em um pedaço de papel alguns nomes: Smiths, Smithdom e Smiths Family. Marr escolheu Smiths, que, por ser um dos sobrenomes mais comuns da língua inglesa, se encaixava como uma luva para a proposta do grupo, que era de fazer canções simples, falando de pessoas comuns. Existem outras histórias sobre o nome, uma delas fala de uma homenagem a Patty Smith, cantora da qual Morrissey é fã. Nome escolhido, passaram a fazer alguns testes para bateristas e o escolhido foi Mike Joyce, que havia abandonado sua antiga banda depois de ouvir uma gravação demo dos Smiths, que ainda contava apenas com Morrissey e Marr.


Joyce foi escolhido depois de tocar What Difference Does It Make?, dizem que, sob efeito de cogumelos alucinógenos. Já Andy Rourke quase não foi aceito, pois Morrissey quis colocar outro baixista na banda, um conhecido dele, chamado Dale. Marr o pressionou, pois já havia tocado com Rourke em outra banda e conhecia o talento do baixista. No fim das contas, Morrissey foi convencido e Andy Rourke foi o último a ser escalado para a banda. Com a formação completa, a banda fez seu primeiro show em 4 de outubro de 1982. No início do ano seguinte, com uma demo de Hand in Glove, eles começaram a bater nas portas de algumas gravadoras britânicas, entre elas a EMI inglesa, que rejeitou o trabalho. Por fim, foram contratados pela Rough Trade, gravadora novata que havia iniciado seus trabalhos como uma importadora de discos. Antes disso, os Smiths gravaram uma BBC Sessions, para o programa de John Peel.

A banda, no ano de 83, grava mais dois singles, já pela Rough Trade. This Charming Man, o terceiro lançamento da banda, se tornou um sucesso, tornando-se o single mais vendido da então pequena gravadora. Apesar disso, os Smiths só vieram a lançar seu primeiro disco em fevereiro de 84, o disco chamado apenas The Smiths trazia Reel Around The Fountain, This Charming Man, Hand In Glove, What Difference Does It Make?, entre outras, todas clássicas hoje em dia. Porém, na época o disco não vendeu bem e a banda quase se desfez. Logo após o lançamento deste primeiro disco eles gravaram mais um single, agora com Heaven Knows I´m Miserable Now no lado A e Suffer Little Children no B, e foi justamente este lado B que fez a mídia dar atenção à banda novamente. Graças a este novo gás, saem em uma mini-turnê européia e lançam mais um single, com William, It Was Really Nothing, e a clássica How Soon is Now? no lado B. O grupo passa a ser considerado uma das sensações inglesas e também um dos mais promissores do novo cenário musical e consegue cacife para bancar mais um disco em menos de um ano. Ainda em 84, lançam a compilação Hatful of Hallow. Este trabalho compilava as gravações que a banda fez para a BBC. Com apenas estes dois lançamentos e vários singles, as letras de Morrissey começaram a causar furor entre a pudica sociedade britânica, que chegou a dizer que elas incentivavam o abuso de crianças e assassinatos. Nada mais ridículo, só que isso rendeu aos Smiths mais e mais propaganda, e com isso as vendas também aumentavam.

No ano seguinte, 85, lançam Meat Is Murder, cuja música titulo é uma ode ao vegetarianismo, que Morrissey seguia piamente… Neste disco, The Headmaster Ritual, Barbarism Begins At Home e How Soon is Now? são os destaques. Meat is Murder marca também a primeira baixa nos Smiths: Andy Rourke resolve abandonar a banda. Em seu lugar, assume Craig Gannon como novo baixista. Com a nova formação lançam Bigmouth Strikes Again que viria a ser o carro chefe de sua obra prima, The Queen is Dead.The Queen is Dead Esta é sem duvida a obra prima dos Smiths. Lançado em 1986, chegava às paradas internacionais com o hit The Boy With the Thorn in His Side. Esta música marcou também a gravação do primeiro vídeo clipe da banda, já que anteriormente apenas versões ao vivo de suas músicas haviam sido gravadas. Mas nem tudo deu certo: antes mesmo do lançamento do álbum, o baixista Andy Rourke deixa a banda sem maiores explicações e Craig Gannon entra como segundo guitarrista. Já com esta formação é que lançam o primeiro single do álbum, Bigmouth Strikes Again. Curiosidade: Gannon não aparece nos créditos do The Queen is Dead. Independente disso, este disco mostra uma reviravolta na carreira dos Smiths, o sucesso começa a bater na porta de Morrissey e Marr e as criticas à realeza, ao governo de Margareth Tatcher e à imprensa, que apareciam de forma sutil nos trabalhos anteriores, vem com força total. A faixa titulo é uma afronta ao modo de vida da Rainha e seus filhos. Bigmouth Strikes Again, ou na tradução livre, “o bocudo ataca novamente”, indica o que a banda achava dos tablóides sensacionalistas britânicos. Ainda neste mesmo ano de 86, os shows e qualquer plano que eles tinham para o futuro tiveram que ser deixados de lado: Johnny Marr sofre um grave acidente de carro, e a banda é obrigada a dar um tempo.

Mesmo assim lançam, graças a gravações feitas antes do acidente de Marr, mais um single, Ask, e gravam material para o primeiro disco ao vivo da carreira: Rank, que seria lançado alguns anos depois. Gannon, logo após este show, é demitido da banda por problemas com heroína, e Rourke retornaria logo depois. No ano seguinte, uma nova compilação é lançada em duas versões, a européia The World Won´t Listen como um álbum simples e a americana Louder Than Bombs como um duplo, englobando diversos singles e lados b´s lançados pela banda desde seu nascimento. O Começo do Fim Marr, já recuperado do acidente, volta à banda, e os Smiths também voltam a fazer shows pela Inglaterra e a gravar um novo disco. Com isso, as diferenças entre ele e Morrissey começaram a ficar cada vez mais visíveis. O cantor mais tradicionalista passou a bater de frente com as idéias inovadoras do guitarrista e isso é visto no novo disco, Strangeways Here We Come. Marr queria transformar os Smiths numa verdadeira banda de rock, ao contrário do que Morrissey queria para o grupo. Aliado a isto, outros problemas levaram ao fim da banda. Eles estavam com um processo contra a Rough Trade, sua gravadora, e este seria o último disco por ela. Estavam também sem empresário, e Morrissey tinha problemas graves com o fato de ter se tornado uma estrela. Haviam também problemas monetários, já que a divisão dos direitos autorais era feita de uma maneira não muito justa. Por fim, havia a velha richa com a imprensa inglesa, que vivia pegando no pé dos Smiths A gota d´agua para a separação foi uma matéria falsa feita pelo New Musical Express com o título “Smiths to Split” (Smiths prestes a acabar). Marr, que não estava na Inglaterra quando o tablóide foi para as bancas, achou que a matéria era uma provocação feita por morrissey e resolveu sair da banda. Os demais, Morrissey, Rourke e Joyce, tentaram continuar juntos, mas viram que sem a guitarra inspirada de Marr o nome Smiths tinha perdido totalmente o sentido.

Era o fim da banda em seu auge. Mesmo depois do fim, eles continuariam a faturar em cima do nome Smiths, foram lançados um álbum ao vivo, Rank, e mais tres coletâneas, além do relançamento dos trabalhos anteriores. Como anteriormente dito, um dos problemas que contribuíram para o fim da banda foi a divisão dos direitos autorais. Todas as músicas eram assinadas como sendo apenas da dupla Morrissey e Marr, ficando para Andy Rourke e Mike Joyce apenas 10%, para cada um, do que foi arrecadado. Os outros 80% ficavam com a dupla compositora. O baixista e o baterista, então, entraram com um processo contra os demais e, em 88, o resultado foi favorável a Rourke e Joyce. Morrissey e Marr entraram com recurso, dizendo que os músicos sempre souberam qual seria a porcentagem que caberia a eles, mas em 98 a sentença final deu ganho de causa aos reclamantes, e a dupla chefe dos Smiths teve que acatar a decisão. Um Novo Inicio Ninguém esperava que Morrissey e Marr conseguiriam algum destaque na música sem o nome Smiths. Todos, fãs, críticos e jornalistas, viram que estavam errados quando foi lançado o primeiro disco solo de Morrissey. Viva Hate, de 88, foi um sucesso, graças também aos hits Suedehead e Everyday is Like Sunday, que traziam aos fãs boas lembranças de seu ex-grupo. No mesmo ano, continuando com a tradição smithsiana, é lançado mais um single, agora de Ouija Board, e novamente as intrigas criadas pelos jornalistas começaram a aparecer nos tablóides sensacionalistas britânicos. Tentando ter um pouco de paz, Morrissey se afasta totalmente da mídia para se dedicar exclusivamente ao próximo disco, mas o que vimos na seqüência foi o lançamento de vários singles, entre eles November Spawned A Monster, recorde de vendas, que serviu para confirmar que a carreira solo ia de vento em popa.

Somente dois anos depois é lançado Bona Drag, com algumas regravações, alguns singles e poucas músicas inéditas, entre elas, Last Of The Famous International Playboy. No ano seguinte, 91, sai Kill Uncle. Sem muita divulgação o disco acabou ficando um tanto que de lado pelas rádios. Em 92, Morrissey volta ao topo, agora com Your Arsenal, disco aclamado pela critica, e que chegou a concorrer ao Grammy de álbum do ano, além de ser o disco que mais vendeu na carreira solo do cantor. Mas o ano também é marcado por problemas: dois amigos íntimos de Morrissey morrem, e se isso não bastasse, é lançado o livro Morrissey and Marr - The Severed Alliance, que afirma que os Smiths acabaram devido ao ego e a vaidade de Morrissey.

Passa-se o tempo e é lançado mais um disco, o último pela EMI, gravadora que acolheu o cantor depois do fim dos Smiths. Vauxhall and I, de 94, é um sucesso e o single The More You Ignore Me, the Closer I Get bate recorde de vendas, mas não chega ao patamar do disco anterior, Your Arsenal. No ano seguinte, saem os primeiros trabalhos pela Island: os discos Southpaw Grammar e World Of Morrissey, ambos mesclando regravações com canções novas, mas nenhum serviu pra grande coisa, além de aumentar sua discografia… Só em 97, com Maladjusted, é que todo o lirismo do ex-Smiths volta a tona. A belíssima Alma Matters, a faixa título, e Satan Reject my Soul, caberiam em qualquer disco dos Smiths e não fariam feio. Mas, novamente, é lançado outro álbum um tanto quanto sem inspiração: My Early Burglary Years é o último trabalho inédito de Morrissey que deve voltar a gravar somente em 2003. Em 2000 Morrissey faz a sua primeira turnê pela América do Sul, com shows em várias capitais brasileiras, sempre com casa cheia. Mas pra quem acha que Marr passou todo este tempo parado, outro engano: o guitarrista trabalhou com David Byrne, Brian Ferry, Billy Bragg, tocou durante uma turnê com os Pretenders, de Chrissie Hynde, e gravou dois discos com Matt Johnson, a mente por tras do The The.

Os discos são Mind Bomb e Dusk. Esta parceria durou até 93, quando Marr resolveu partir para outros projetos. Mesmo durante o tempo com Johnson, Marr manteve um outro projeto, este com Bernard Sumner do New Order: o Eletronic, que lançou três discos. O primeiro deles foi lançado em 91, com o mesmo nome da banda. O segundo, Raise The Pressure, foi lançado apenas em 96, e um terceiro disco, Twisted Tenderness-Deluxe, em 2001. O Eletronic não acabou, é apenas um projeto paralelo dos dois artistas, tanto que Marr esta com uma nova banda, chamada Healers, que promete gravar um disco no ano que vem. Quanto aos demais ex-membros dos Smiths: Mike Joyce, logo depois que os Smiths terminaram, foi convidado para tocar, junto com Andy Rourke, na turnê de Sinnead O´Connor. Entre 88 e 89, voltou a tocar com Morrissey nos singles The Last Of The Famous International Playboys e Interesting Drug. Logo depois, em 90, saiu em turnê mundial com uma das bandas das quais era fã: os Buzzcocks.

Após a turnê, tocou com Julian Cope e, em 93, foi convidado para tocar com o Public Image Limited, de John Lydon, que sairia para shows nos Estados Unidos e Inglaterra. Nos anos seguintes colaborou, sempre como convidado, com a cantora soul P.P. Arnold, e com Pete Wylie. Foi convidado também para tocar com o músico Aziz, novamente com Andy Rourke, e, em 2001, montou junto com Rourke e Paul Bonehead Athurs, do Oasis, a banda Moondog One.Voltando a falar em Morrissey, o cantor lançou em 2004 o aclamado disco You are the Quarry, considerado o melhor disco da carreira do cantor. No mesmo ano, Morrissey se apresenta pela segunda vez no Brasil - a primeira foi em 2000 -, no TIM Festival.Em 2005, sai Live at the Earls Count, disco ao vivo trazendo várias versões de canções dos Smiths, sepultando de vez a “bronca” que Morrissey tinha de sua antiga banda.No começo de 2006 é lançado um novo álbum, Ringleader of the Tormentors, que tenta superar o sucesso de You are the Quarry.

Fonte:www.lastfm.com.br




"Penitência" uma super HQ independente


A idéia original aliada ao bom roteiro faz de penitência uma hq superlegal.
A história fala de uma entidade mística que pune os pecadores com a mesma intensidade dos seus crimes. Pela premissa do enredo já dá para perceber que a proposta de penitência é algo novo no cenário das HQ´s Nacionais, que não se cansa do tão batido tema de "super-heróis". Para Finalizar eu recomendo penitência a todos os leitores do HQ-Cine-web, e faço votos para que o talentoso autor Marcos Franco continue nos presenteando com boas histórias.

Paulo Victor